Governo do Distrito Federal
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25/07/13 às 19h53 - Atualizado em 3/11/22 às 15h00

Malha de ciclovias do DF é a maior do país

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Com a expansão, capital federal terá mais espaços para ciclistas que cidades como Paris, Amsterdã e Copenhague

BRASÍLIA (25/7/2013) – Conhecida pelo céu e pelas ruas largas, Brasília caminha para ter um novo título, o de capital das ciclovias, já que a cidade assumiu a liderança nacional de malha cicloviária e caminha para, até o fim do próximo ano, ser uma das líderes mundiais, com 600km de faixas exclusivas para as bikes.

“O que faz as pessoas adotarem um sistema de transporte e abandonarem o outro é que ele seja mais rápido, barato e seguro. Barata a bicicleta já é, estamos, portanto, trabalhando para que ele seja mais seguro e rápido”, explicou o representante do Comitê Gestor da Política de Mobilidade Urbana do DF, Paulo Alexandre Passos.

Uma pesquisa realizada pela ONG Mobilize Brasil, com dados de 2011, colocou a capital federal no segundo lugar entre as capitais brasileiras na malha cicloviária do país, com 160 km.

Com os mais 238km já concluídos ou em conclusão, a cidade alcança 398km e toma a dianteira do país ao ultrapassar os 300km do Rio de Janeiro, antiga líder nacional, e distancia-se ainda mais de São Paulo, maior cidade do país, que possui 69,8 km, segundo a Mobilize Brasil.

“O Distrito Federal tem um Plano Mobilidade por Bicicleta que prevê que, até o fim de 2014, a malha atinja 600km de ciclovias”, contou Paulo Alexandre Passos.

Assim, o DF terá uma das maiores redes de ciclovias do mundo, maior do que as de Copenhague (Dinamarca), Paris (França) e Amsterdã (Holanda), que têm, respectivamente, 350km, 394km e 400km, e quase tão extensa quanto a de Nova York (EUA), de 670km.

São investidos atualmente R$42 milhões nos 161,5 km que se encontram em fase de conclusão, obras que estão localizadas no Plano Piloto, Guará, Paranoá, Gama, Riacho Fundo II, Park Way e Samambaia.

“Estamos avançando como nunca nas políticas para a bicicleta no DF. Milito nesse tema há 18 anos e, pela primeira vez, vejo algo sendo feito”, afirmou Ronaldo Alves, 50 anos, presidente do Instituto Brasília de Mobilidade Sustentável.

O ciclista foi líder do movimento Ciclovia Já, que impulsionou a construção das ciclovias que colocarão o DF na liderança nacional das políticas desse tipo de mobilidade.

“Em momentos de isenção do IPI, o DF emplaca por mês 23 mil carros. Em breve será impossível se locomover pela cidade a não ser de transporte público ou de formas alternativas, como a bicicleta”, completou Ronaldo.

 MALHA CICLOVIARIA

INTEGRADAS – Para garantir que as bikes sejam um meio de transporte eficaz, mesmo entre as pessoas que precisam se deslocar por longas distâncias – seja para trabalhar, estudar ou para o lazer –, a legislação dá aos ciclistas o direito de levarem as magrelas no MetrôDF, que reserva o último vagão de cada composição para esse fim.

“A ideia é que a pessoa pedale de casa até a estação, use o metrô e depois volte a pedalar entre a outra estação e o seu destino”, completou Passos.

Essa é a estratégia adotada pelo estudante Jonatas Rafael, 26 anos, que precisa se locomover diariamente entre Taguatinga, onde mora, o Lago Sul, onde trabalha, e a Universidade de Brasília (UnB), na Asa Norte, onde estuda.

“Sem a bike seria muito difícil fazer com rapidez esses trajetos. Demoro 17 minutos para pedalar 10km entre o Lago e a UnB, se precisasse ir de ônibus demoraria mais de uma hora”, comentou o estudante.

O GDF pretende estender esse modelo para o Expresso DF – o sistema de BRT que ligará Santa Maria/Gama ao Plano Piloto – com a criação de espaços nos ônibus para o transporte das bicicletas.

“No vagão do trem é bastante tranquilo, não temos problemas para embarcar. No horário de pico, quando é mais complicado, os próprios passageiros que não estão de bicicleta abrem espaço para a gente”, completou Jonatas.

Antes restritas ao lazer, as bicicletas conquistam espaço em outras áreas, ao servirem não apenas para chegar ao local de emprego, mas como instrumento de trabalho, como é o caso do entregador Alisson Moura de Oliveira, 20 anos.

“Quando há ciclovia, faço as entregas da farmácia onde eu trabalho de bicicleta. O espaço para a bike dá muito mais segurança, porque não há perigo de acidente com um motorista desatento”, contou o entregador.

Ele trabalha no Sudoeste, uma das cidades que recentemente recebeu novas pistas exclusivas para as bikes, integradas com o Parque da Cidade. Ele também utiliza diariamente as ciclovias em Santa Maria, onde mora.

ALÉM DA INFRAESTRUTURA – O plano do Distrito Federal para apoiar o uso do equipamento vai muito além da construção das pistas exclusivas para as bicicletas – que dão mais segurança a pedestres e ciclistas e evitam acidentes.

“A construção de ciclovias é apenas um dos projetos do Plano de Mobilidade por Bicicleta do DF, que prevê diversas outras frentes que incentivem o uso de bikes”, explicou Paulo Alexandre.

Quatro projetos compõem o plano. O primeiro é o de Rotas Integradas, do qual as novas ciclovias fazem parte e que também inclui as ciclofaixas do lazer – que todos os domingos cria áreas para ciclistas no Eixo Monumental e no Eixão aos domingos –, além de rotas de turismo.

O segundo é o Caminho da Escola, feito em parceria com o Governo Federal, que prevê a distribuição de bicicletas entre os estudantes de escolas públicas, em especial das regiões mais carentes, para facilitar o acesso dos jovens aos estabelecimentos de ensino e ao lazer.

Dentro do programa Rotas Cicláveis, serão construídos estacionamentos públicos para as magrelas e haverá integração com o metrô e, futuramente, com as linhas de BRT que são construídas no DF; no segundo semestre desse ano, será licitado um sistema público de aluguel de bicicletas.

“A previsão é que em cerca de dois meses lancemos a licitação. Uma das principais exigências do projeto é que as estações de aluguel de bicicletas sejam integradas com o sistema de bilhetagem do transporte público”, contou Passos.

Assim, os passageiros que quiserem alugar uma bike não precisarão usar o celular e o cartão de crédito –como acontece com sistemas desse tipo atualmente em funcionamento no Rio de Janeiro e em São Paulo– e podem registrar e pagar o aluguel com o cartão do metrô e do ônibus.

A fim de garantir que todo o sistema funcione, o quarto projeto – Programa de Educação para os Diversos Atores do Sistema Viário – prevê ações educativas tanto entre os ciclistas quanto com os pedestres e motoristas de cargas e de transporte individual e de passageiros.


Agência Brasília

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