Campanha visa conscientizar sobre neoplasias que afetam regiões como boca, língua, gengiva, laringe, faringe, seios paranasais, tireoide e glândulas salivares
O mês de julho simboliza o combate a várias doenças e condições que, apesar de afetarem uma considerável parte da população, acabam não recebendo a devida atenção. Além da campanha do Julho Amarelo — mês do combate às hepatites virais o mês também abrange a campanha do Julho Verde — mês dedicado à conscientização e ao combate ao câncer de cabeça e pescoço.
Promovido principalmente pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), em parceria com outras entidades da Saúde, o movimento surgiu da necessidade de aumentar a conscientização sobre neoplasias que afetam regiões como boca, língua, gengiva, laringe, faringe, seios paranasais, tireoide e glândulas salivares, as quais são frequentes e ainda têm baixo conhecimento público.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 41 mil brasileiros são diagnosticados com cânceres de cabeça e pescoço por ano, sendo mais de 15 mil casos de câncer de boca, cerca de 6 mil casos de câncer de laringe e cerca de 13 mil casos de câncer de tireoide (mais comum em mulheres). A maioria dos casos é diagnosticada já em estágios avançados, o que diminui as chances de cura.
Contudo, quando diagnosticado precocemente, o câncer de cabeça e pescoço tem índices de cura superiores a 80% e evita a necessidade de cirurgias mutilantes e tratamentos intensos com grandes impactos na qualidade de vida, como costuma ser o caso de pacientes diagnosticados em estados avançados.
A campanha teve início em 2014 pela SBCCP, visando alertar para os sinais precoces da doença, incentivar a prevenção — especialmente contra fatores de risco evitáveis como tabagismo e alto consumo de álcool — e ampliar o acesso à informação e ao diagnóstico precoce.
Em 2017, o Ministério da Saúde instituiu oficialmente o reconhecimento nacional do dia 27 de julho como o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. Posteriormente, em abril de 2022, julho foi instituído como Mês Nacional do Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, com a sanção da Lei nº 14.328/2022.
Principais sintomas e prevenção
Apesar de comuns a outras doenças, os sintomas que caracterizam os cânceres de cabeça e pescoço requerem atenção e, no caso de persistência por mais de 15 dias, deverão resultar em uma visita a um médico. Esses sintomas incluem:
•Feridas na boca ou garganta que não cicatrizam
•Rouquidão persistente
•Dificuldade para engolir
•Nódulos no pescoço
•Dor de garganta persistente
•Mau hálito constante
•Perda de peso sem causa aparente
Além disso, algumas práticas podem caracterizar fatores de risco, como por exemplo, tabagismo (responsável por até 85% dos casos), consumo excessivo de álcool, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) — especialmente relacionada ao câncer de orofaringe —, exposição solar desprotegida (relacionada ao câncer de lábios) e higiene bucal deficiente.
Os métodos de prevenção incluem hábitos simples que podem ser benéficos, também, para outras condições, como: não fumar e evitar ambientes com fumaça de cigarro; reduzir ou eliminar o consumo de bebidas alcoólicas; usar preservativos e se vacinar contra o HPV; fazer visitas regulares ao dentista; usar protetor labial com filtro solar e manter uma alimentação equilibrada e boa higiene oral.
Diagnóstico e tratamento
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico, tratamento e acompanhamento gratuitos para os diferentes tipos de câncer de cabeça e pescoço por meio da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, em especial a Rede de Atenção Oncológica.
Os serviços de diagnóstico disponíveis incluem consultas com médicos especialistas, exames de imagem, laboratoriais e anatomopatológicos suficientes para o diagnóstico das doenças. O início do atendimento ocorre nas próprias Unidades Básicas de Saúde (UBS), que podem encaminhar o paciente para as Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) ou para os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), caso necessário.
Já quanto ao tratamento, ele é oferecido integralmente pelo SUS, com base no estágio da doença e nas condições do paciente. As principais modalidades incluem cirurgias oncológicas — retiradas de tumores e, em casos avançados, reconstrução e reabilitação funcional —, radioterapia, quimioterapia, terapias-alvo e imunoterapia, além de acompanhamento e reabilitação.
A enfermeira da Divisão de Medicina e Segurança do Trabalho (DMED) da Novacap, Lucymary Siqueira, ressalta a importância do mês de julho para a conscientização e combate dessas neoplasias, das hepatites virais, entre outras doenças, e sugere que os funcionários da companhia aproveitem o período para realizar exames de rotina e check-ups.
“Julho é um mês bem simbólico pra gente que atua com saúde, porque ele traz dois alertas super importantes. O Julho Verde é voltado à prevenção e combate ao câncer de cabeça e pescoço, que ainda tem um índice alto de diagnóstico tardio. Então, são duas campanhas que têm muito a ver com prevenção e cuidado com a saúde. Muitas vezes, um exame simples pode fazer toda a diferença na saúde e até salvar uma vida. É muito importante que não deixem a saúde de lado na correria do dia a dia. Prevenção sempre será o melhor caminho”, ressalta.
Texto: Henrique Fregonasse (sob a supervisão de Ádamo Dan)
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