Companhia reconhece a importância de dois mestres da marcenaria que, ao longo de décadas, moldaram mais do que móveis e construíram uma história de dedicação, superação e amor
O Mês do Trabalhador é mais do que uma data no calendário: é um momento de reflexão sobre o valor de quem, dia após dia, ajuda a construir um país com esforço, honestidade e talento. Na Novacap, esse reconhecimento tem forma, som e cheiro: é o perfume da madeira recém-cortada, o barulho ritmado das ferramentas e a beleza de peças únicas feitas pelas mãos dos marceneiros da companhia. Nesta data, a empresa reconhece a importância das mãos que constroem, transformam, cuidam e dão forma aos espaços onde vivemos. Entre eles, Adelmo Gomes e Josenilson Alves.
Ambos dedicaram suas vidas à marcenaria e à Novacap. São profissionais que não apenas cumprem um ofício, mas o transformaram em arte, disciplina e propósito.
Na marcenaria da Novacap, cada peça carrega mais que função: carrega história. As mãos calejadas dos marceneiros moldam, lixam e encaixam pedaços que antes poderiam ser descartados, mas que ali ganham nova vida. São bancadas, mesas, cadeiras e bancos que se espalham pelos espaços da empresa e pela cidade, resultado de um trabalho minucioso que une técnica e arte.
A equipe, vinculada à Diretoria das Cidades e ao Departamento de Equipamentos Públicos, é formada por profissionais que dedicam anos ao ofício. Alguns estão na marcenaria há décadas, transforma troncos e tábuas em verdadeiras obras de arte.
O reaproveitamento de madeira é uma marca do setor. Árvores que precisaram ser removidas ou podadas se tornam matéria-prima para novas criações. Assim, a Novacap reduz desperdícios e economiza com mobiliário, ao mesmo tempo em que preserva a essência do artesanato.
Josenilson Alves, 55 anos, dos quais 25 dedicados à empresa, é o atual chefe da Seção de Marcenaria. Encontrou sua vocação cedo, aos 14 anos, já aprendia o ofício no Senai. Depois de anos no setor privado, passou em frente à sede da Novacap e pensou: “Quero trabalhar aqui.” E fez acontecer: entrou por concurso público e permanece firme na profissão.
Hoje, olha para trás e enxerga uma vida inteira dentro do cargo. “A marcenaria me traz paz, mesmo com o barulho das máquinas. Ver a madeira bruta virar algo útil e bonito é uma forma de terapia”, afirma.
Mas sua trajetória também carrega marcas profundas. Antes de entrar na Novacap, sofreu um acidente grave com uma das máquinas que operava. “Foi um momento muito difícil, mas não desisti. A marcenaria me resgatou.” Hoje, como chefe da seção, repassa o que aprendeu, guia novos servidores com sensibilidade e orgulho. “A gente fabrica, molda, entrega. E ver alguém usando aquilo que você criou, com gratidão nos olhos, é impagável” conta, orgulhoso.
Quem também vive essa paixão em plenitude é o senhor Adelmo Gomes, 74 anos, um dos mais antigos marceneiros da empresa. Ele está de saída, encerra sua trajetória por meio do Programa de Desligamento Voluntário (PDV), após mais de 34 anos de serviço na Novacap.
Sua história começa no campo, passa por fazendas, tratores e até pela Marinha, onde atuou por seis anos. “Já mexi com tudo nessa vida. Mas me encontrei na marcenaria, entendi que era ali que queria ficar. E nunca mais larguei.”
Entrou na Novacap em 1982, já como marceneiro. Viu o setor mudar, acompanhou as transformações tecnológicas e seguiu com as mãos firmes no trabalho. “Hoje é tudo pré-fabricado, vem de loja. Antes, a gente fazia tudo do zero, madeira maciça. Era mais difícil, mas o móvel durava a vida inteira”, relembra.
Mesmo às vésperas da aposentadoria, sua paixão continua viva. “Eu gosto de fazer com amor. Para mim, marcenaria é um ramo que nunca deixa ninguém passar fome. Se você faz com dedicação, sempre vai ter quem valorize.”
Atualmente, a Novacap conta com 1.330 servidores no quadro de empregos permanente, 246 cargos em comissão, 42 aprendizes e 238 estagiários, além de diversos terceirizados. Um time diverso, que atua em várias frentes e mantém viva a missão de promover o desenvolvimento urbano e a manutenção da infraestrutura pública do Distrito Federal.
A marcenaria da Novacap
O trabalho da marcenaria da Novacap vai além das repartições internas. As equipes produzem móveis e artefatos para diversos órgãos públicos, inclusive projetos sob demanda para áreas de lazer, como parques urbanos.
Entre as peças já entregues estão bancos e totens produzidos com madeira reaproveitada das podas de árvores, uma forma sustentável de dar nova vida ao que seria descartado. “Foi assim no Parque do Setor O, na Ceilândia, e no Taguapark, em Taguatinga”, conta Josenilson. “Sabe aquele totem na entrada do Taguapark? Fomos nós que fizemos. Foi todo um trabalho manual, levamos várias semanas para finalizar. Mas valeu cada minuto.”
Outros locais já atendidos incluem o Polo de Ceilândia , as residências oficiais do Governador e do Vice-Governador , a Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) , além do Palácio do Buriti e seu anexo .
Atualmente, a equipe se prepara para um novo desafio: fornecer todo o mobiliário da nova sede da Diretoria das Cidades, que deve ser inaugurada em breve. “Vamos conseguir entregar todo o mobiliário. Quando a obra estiver concluída, vamos instalar os móveis já prontos”, afirma com orgulho o chefe da seção.
O presidente da Novacap, Fernando Leite, destaca a importância simbólica do setor:
“A marcenaria é um orgulho da Novacap. Ela carrega história, cuidado e excelência. É emocionante saber que, por trás de cada mesa, armário ou divisória instalada em uma repartição pública, há mãos experientes como as do senhor Adelmo e do senhor Josenilson. Eles são símbolo de um saber que não pode se perder, e é nosso dever valorizá-los como patrimônio humano da empresa e do GDF.”
NOVACAP
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